segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Japa Yoga é a meditação baseada na repetição do mantra e utiliza um Mala, um cordão de contas



JAPA YOGA é um sistema de meditação que o praticante utiliza um cordão de contas para repetir mantras de forma concentrada e relaxada. Significa a união do ser com a existência superior através da rotação da consciência.

“A repetição do mantra purifica o coração e tranquiliza a mente, trazendo à superfície elementos escondidos no subconsciente, como medos e desejos, que surgem na forma de imagens e pensamentos. O praticante observa o que vêm à mente como um expectador inabalável e continua a prática do Japa. Essa prática promove uma limpeza de impressões passadas e de desejos futuros que são naturalmente eliminados, removendo os obstáculos que impedem a meditação e a experiência do nosso verdadeiro ser em estado de consciência, paz e felicidade.

ORIGEM
Essa técnica de meditação, além de muitas outras, tem origem no Tantra, uma ciência ancestral de mais de 5000 anos que trata de diferentes sistemas destinados a aumentar a velocidade da evolução humana. O Swami Satyananda Saraswati redescobriu e escreveu sobre essas técnicas de uma forma que possam ser compreendidas e praticadas. Essa foi uma de suas inúmeras contribuições para a civilização que busca uma compreensão mais profunda da base da vida.

Swami Satyananda nasceu em 1923, em Uttar Pradesh, India. Em 1943 encontrou seu mestre Swami Sivananda, em Rishikesh, onde viveu até 1955, quando deixou o Ashram de seu guru para viver como peregrino até fundar em 1963 o International Yoga Fellowship e, em 1964, a Bihar School of Yoga.  Escreveu mais de 80 livros e viajou por diversos países ao longo de 20 anos. Em 1987 fundou o Sivananda Math, uma instituição de ação social dedicada a  ajudar o desenvolvimento rural de áreas carentes ao redor do Ashram de Rikhia Dam, além de fundar o Yoga Research Foundation, dedicado às pesquisas científicas com Yoga. Em 1988 renunciou a todos os seus cargos e foi viver como Paramahansa Sannyasin (líder espiritual iluminado) buscando servir como um agente de transformação e melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade. Viveu até 5 de dezembro de 2009, quando realizou o Mahasamadhi,  ou seja, “a morte por escolha”, no Ashram em Rikhia, no estado de Deoghar, India.

  Em um dos muitos livros escritos por Swami Satyananda Saraswati, Meditations from the Tantras”,               publicado pela Bihar School of Yoga, na India, em 1974, o editor Swami Nischalananda Saraswati ressalta na      introdução do livro que “todas as almas iluminadas têm dito a mesma coisa usando palavras diferentes, nas mais  diferentes religiões e filosofias: olhem internamente e conheçam o criador”. Assim também disse Krishna, no  Bhagavad Gita: “Meditação é melhor que conhecimento intelectual”.

Devemos aprender com as experiências de outras pessoas que o caminho da evolução espiritual é interno.
O caminho mais simples e inicial está na prática dos ásanas do yoga, seguidos de estágios mais avançados de concentração e meditação buscando o mais alto nível de consciência.
A mente mais grosseira é a nossa parte mais racional e instintiva. A mente mais sutil é nossa parte mais intuitiva, criativa e espiritual, e através dessas camadas mentais aumentamos nosso nível de consciência.

Swami Nischalananda recomenda que experimentemos vários métodos e encontremos aquele que tem mais a ver conosco.
Mas adverte: para obter sucesso na meditação é essencial mudar nossa mente.

A procura da felicidade tem um caminho simples: AUMENTE SUA CONSCIÊNCIA, mergulhe nas profundezas de sua mente, uma viagem interna onde você encontra a paz que transcende todos os outros tipos de paz. Entre em contato com um contínuo estado de contentamento.

O MÉTODO para alcançar a felicidade e o contentamento é MEDITAR. 

PRATICAR é o CAMINHO.    DESPERTE SUA MENTE!

As práticas de meditação são excelentes para confrontar nossos complexos, fobias e conflitos que estão escondidos normalmente nos recessos inacessíveis da parte inconsciente da mente. Cada pessoa pode ser seu próprio psicanalista.
No yoga, a mente é vista como uma entidade com diversas camadas, das grosseiras às mais sutis, aspectos instintivos, intuitivo, inspiracional, criativo e espiritual.
Uma vez que os problemas são reconhecidos eles podem ser removidos pela autossugestão e pelo sistema de “dessensibilização” psíquica. A vida pode se transformar na direção da integração e felicidade.

A PRÁTICA É NECESSÁRIA!

As técnicas de meditação que tem origem no TANTRA são técnicas práticas para qualquer pessoa que tenha o objetivo de tornar toda ação da vida num ato de prática espiritual. Depois de alguns milênios de sua criação, muito antes de qualquer religião existir, o Tantra se uniu ao Vedanta e criaram o sistema de YOGA, tão popular hoje. É anterior aos Upanishads e Sutras, integrou-se a eles.


 JAPAMALA  - cordão para repetição

JAPA = repetição                MALA = cordão
O texto Mantra-Yoga-Samhitâ (do século XVII) é dividido em dezesseis partes e a 14ª parte é sobre o JAPA,       a repetição, que pode ser:
mental (mânasa ou manasika), silenciosa (upâmshu) ou em voz alta (vâcika ou vaikhari)e a escrita(likhita)
TAJJAPAS TADARTHA BHAVANAM                                                                                            
Tat = aquele   Japah = repetir   Tat = aquele   Artha = significado  Bhavanam = reflexão                                 Repeti-lo com reflexão sobre seu significado é uma ajuda.
Esse é o SUTRA 28 do Livro Um – Samadhi Pada – Texto da Contemplação, contido nos Yoga Sutras de Patanjali, que apresenta a teoria do yoga e explica sobre a técnica do Japa.
Segundo a definição da Wikipédia (enciclopédia livre): Japamala é um objeto antigo de devoção espiritual, conhecido no ocidente como rosário de orações, sendo utilizado para ajudar nas orações como marcador. Existem de diversos tipos, tamanhos e materiais e podem ter uma quantidade diferente de contas, de acordo com a cultura ou religião.

Na tradição do yoga, o cordão de contas chamado JapaMala é usado na meditação com a mentalização ou verbalização de um mantra. Com a prática dessa técnica criamos um ritmo e uma concentração intensa da mente apenas no mantra, esvaziando-a de pensamentos e trazendo a conexão do corpo com a nossa essência.  É um meio pelo qual conseguimos identificar os padrões mentais de nossos pensamentos e conquistar uma mente tranqüila.


Como usar o JAPAMALA
No livro “Yoga Prático” Pedro Kupfer explica que utilizamos o málá para auxiliar-nos a manter o ritmo durante a prática de meditação e também para contar o número de repetições. Geralmente um colar de 11, 24, 27, 54 ou, mais comumente, 108 contas de sândalo, rudráksha ou outro material natural. Há ainda uma conta extra, chamada meru, que representa o eixo do mundo, símbolo igualmente da sushumná nádi, ou o próprio mestre.
Tomando-o na mão, deslize as contas uma a uma pelos dedos polegar (elemento fogo -manipura -1º chakra – inteligência universal) e do meio da mão direita (elemento espaço – vishuddha – 5º chakra – inteligência da igualdade), contando a partir da primeira conta junto àquela que está separada do fio principal, chamada meru. Puxe as contas do Mala sempre em sua direção, uma a uma, usando seu polegar para puxar cada conta, enquanto recita o mantra escolhido,  movendo para a próxima conta até completar a série de 108 contas.
 A cada conta corresponde uma repetição do mantra. É importante não passar por cima da conta principal, ou seja, a conta que representa a Divindade, o meru. Deve-se virar o Japamala e continuar as repetições na direção inversa, quantas vezes quiserem, mas sempre que chegar à conta principal deve-se retornar e jamais passar por cima.
O ritmo do japa pode ajustar-se à respiração, à pulsação sanguínea ou estabelecer-se mentalmente, sempre na mesma cadência. Com a repetição, a mente se mantém envolvida e os pensamentos não conseguem se conectar livremente, impedindo assim outras funções da mente, como memória e reflexão. É uma forma de aprender a permanecer alerta ao surgimento dos pensamentos e reconhecer o intervalo entre eles, onde há o silêncio, a tranquilidade, a paz.

Shri  Swami Sivananda recomenda sentar-se em posição firme e confortável direcionado para o oeste (lugar do sol nascente), num lugar calmo, limpo e adequado para meditar, de preferência ao nascer do sol e ao anoitecer, horários mais favoráveis para a meditação. ”Faça-o vagarosamente, com sentimento, com perspicácia da mente e sincera devoção”.  Também recomenda permanecer 10 minutos em silêncio após terminar o Japa, antes de retornar às atividades normais. 

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